Inteligência artificial é aliada estratégica de bancos para explorar o universo de dados do Open Finance

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O Open Finance, oficializado pelo Banco Central em março como Sistema Financeiro Aberto, está impactando o status quo do mercado financeiro, sobretudo no setor bancário. Em 2022, explorar o universo de dados apresentados pelo Open Finance é prioridade para 78% dos bancos no Brasil. Nessa incursão no ecossistema de dados abertos, tecnologias como inteligência artificial, uso de nuvem pública e big data são aliados imprescindíveis.

No mesmo grau de importância, está a transformação cultural, com a oferta de serviços inovadores e extremamente personalizados. Também elencada como prioridade para a maioria dos bancos (78%) do país. Há uma grande aposta também no desenvolvimento de superapps financeiros, o que favorece o avanço do ecossistema de BaaS (do inglês Bank as a Service) – que em uma tradução livre significa banco como serviço.

“No Open Finance, Inteligência Artificial e Cloud serão fundamentais na criação das capacidades necessárias para que os bancos explorem o valor dos dados compartilhados. As estratégias das instituições financeiras começam a ser articuladas e espera-se que a adoção dos clientes aumente à medida que os consumidores percebam os benefícios do compartilhamento.”

Avalia Sérgio Biagini, sócio-líder para a indústria de serviços financeiros da Deloitte.

Os dados que indicam a tendência do uso da tecnologia no setor bancário em 2022 foram apresentados pela 30ª edição da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022, realizada pela Deloitte e divulgada na primeira semana de abril. 

Crédito com pitadas de inteligência artificial

Diante do desafio de identificar informações estratégicas em um volume exponencial de dados e clientes, a aposta do setor bancário é adotar os recursos de IA, conjugados com o aprendizado de máquinas (machine learning). Essa amálgama tecnológica é usada para criar um ambiente de “hiperpersonalização” de serviços, produtos e custos. 

Um dos setores que promete receber mais benefícios com essa virada de chave tecnológica é o relacionado à concessão de crédito. Segundo os dados reunidos pela pesquisa, as aplicações de IA têm sido usadas pelos bancos na parte de crédito e de cobrança e no processamento de regras para controle de acesso e em sistemas antifraude. 

Na análise da Febraban, os “robôs não são apenas assistentes virtuais que ajudam clientes em suas operações, mas também atuam nos bastidores das instituições financeiras”.

“A Inteligência Artificial está sendo usada muito fortemente na parte de crédito, de cobrança e tem permeado praticamente todos os negócios, incluindo as centrais de atendimento. Já conseguimos ter algumas iniciativas aqui que interagem diretamente com o cliente.” 

Diz um dos executivos de TI ouvidos na Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022. 

Dados da Febraban apontam que os bancos investem, em média, R$ 2,5 bilhões, o que corresponde a 10% do orçamento, em projetos no espectro de tecnologia da informação (TI) à segurança cibernética. 

Cibersegurança em sistemas abertos

Com a abertura de dados e migração para ambientes cada vez mais digitais, a segurança cibernética, que sempre mereceu atenção do setor bancário, anda lado a lado com o Open Finance. A velocidade requerida pelo novo ecossistema financeiro tem exigido dos bancos investimentos em inovação. Esse crescimento também tem empurrado o setor bancário para cloud pública. 

A Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022 aponta que o setor tem reforçado a segurança cibernética diante da necessidade do setor em atuar preditivamente, sem abrir mão da flexibilidade e inovação. Esses esforços têm sido pensados e realizados para atender demandas do Open Finance, que apresenta um crescimento explosivo de APIs (sigla em inglês para interfaces de programação de aplicativos). 

Segundo a pesquisa, “praticamente todos os executivos entrevistados mencionaram que a segurança cibernética está na agenda de tecnologia para 2022 para prevenir ataques cibernéticos e aumentar a prontidão e a velocidade de resposta e de recuperação, especialmente em um contexto de compartilhamento de dados no Open Finance”.

Dados da Pesquisa mostram que, durante 2022, os bancos também pretendem ampliar investimentos em:  Cloud Pública (94%), Big Data (94%), Process Mining (78%), Internet das Coisas (75%), Blockchain (67%) e Computação Quântica (50%).

Sobre a pesquisa

Na Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2022, a divulgação dos resultados será dividida em três fases. Na primeira etapa, os resultados mostram quais são as prioridades do investimento em tecnologia para 2022. Nas outras fases, serão apresentados dados sobre investimentos feitos em 2021 e o raio-x das transações bancárias realizadas pelos brasileiros no ano passado.

Na primeira etapa da pesquisa, na análise quantitativa, participaram 24 bancos, que correspondem a 90% dos ativos bancários do país. Na coleta de dados qualitativa, houve a participação de 34 executivos da área de tecnologia bancária e 18 bancos. 

Clique aqui para ter acesso à íntegra da primeira fase da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária.

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