Estudo da Celcoin mostra que demora no pagamento foi cinco vezes maior em faturas de serviços não essenciais

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Os brasileiros estão demorando mais para quitar pagamentos, sobretudo quando as faturas não estão relacionadas a serviços essenciais, como energia elétrica, saneamento, gás e telecomunicações. Durante a pandemia de Covid-19, o percentual de atraso no pagamento de boletos de serviços classificados como não essenciais foi cinco vezes maior do que o registrado em faturas de serviços essenciais. No primeiro trimestre de 2021, houve um aumento de 18% das contas em atraso, na comparação com o mesmo período em 2020. 

Entre a população sub-bancarizada, sem acesso a serviços digitais, o percentual do atraso cresceu 27% entre o segundo trimestre de 2020 e o mesmo período em 2021. Nesse segmento da população, o percentual médio de atraso foi 2,5 vezes maior que o registrado pela camada que utiliza meio digital para pagamento de contas.

Os dados fazem parte de um estudo realizado pela Celcoin, que desenvolve APIs (do inglês Application Programming Interface), também conhecidos como protocolo de interface de aplicativos, para bancos e serviços digitais. Entre janeiro de 2019 e junho de 2021, a Celcoin observou 104 milhões de transações realizadas por suas APIs, totalizando mais de 8,5 milhões de CPFs, em todas as regiões brasileiras.

Brasileiro prioriza pagamento de serviços de telecomunicações

Com o orçamento cada vez mais estrangulado, a população brasileira priorizou pagamentos entre os serviços considerados essenciais. Na ordem de prioridade, aparecem as faturas das prestadoras de serviços de telecomunicações. De acordo com o estudo da Celcoin, os maiores percentuais de atraso foram verificados em março de 2021.

Nesse ranking, as contas de serviços de saneamento foram as que mais demoraram para serem quitadas, com o percentual de atraso chegando a 6%. Por outro lado, o menor índice de atraso foi registrado nas faturas de serviços de telecomunicação (4%).  Entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021, as contas de serviços essenciais apresentaram uma queda de 30% no período de pagamento após o vencimento. Entre os setores, telecomunicações registrou a maior queda no tempo médio para quitar as faturas (54%). Em seguida aparecem: saneamento (17%), energia elétrica e gás (16%).

O levantamento também evidenciou o que a maioria dos brasileiros vem comprovando mês a mês: houve um crescimento de 33% no valor médio dos pagamentos referentes a faturas de concessionárias de energia elétrica. Entre o segundo trimestre de 2020 e o segundo trimestre de 2021, o valor médio das contas de energia elétrica passou de R$138,61 para R$184,35. Segundo os dados do estudo, essa variação, no entanto, pode ser atribuída às alterações na forma de medição, que muitas vezes foram calculadas por estimativas.

Auxílio emergencial reduziu atrasos

Durante os quatro primeiros meses da pandemia, houve um crescimento no atraso do pagamento de contas, sendo que o maior período, 52 dias, foi registrado em junho de 2020. Esse cenário mudou a partir da liberação do auxílio emergencial pelo Governo Federal, quando o tempo médio de atraso caiu para 21 dias, período muito próximo ao registrado em 2019.

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